Na primeira quinzena do mês de junho, alunos do núcleo de pesquisas da Empresa Júnior do curso de administração da Faculdade Doctum de Vitória realizaram uma pesquisa com o objetivo de estimar a renda mínima ideal para atender às necessidades básicas de uma família capixaba padrão composta por dois adultos e duas crianças. A pesquisa teve ampla divulgação na mídia local, como nos jornais virtuais, Gazeta Online, Folha Vitória e ES hoje.
Utilizando uma metodologia específica, chegou-se ao valor estimado de R$ 2.908,09 em junho de 2016, representando 3,30 vezes superior ao salário mínimo nacional oficial vigente de R$ 880,00. No Estado do Espírito Santo, com base nos dados coletados do IBGE – PNAD (2001-2009) ajustados para 2016, em torno de 45% das famílias capixabas não possuem renda igual ou superior ao cálculo estimado pela pesquisa. Além disso, com base na determinação das classes sociais segundo a renda domiciliar total, o valor da renda mínima projetada pertenceria ao início do intervalo na faixa da classe média. A supervisão dos trabalhos da pesquisa foi feita pelo Prof. Paulo Cezar Ribeiro (org.), auxiliado pelos professores Elcio Milli e Claudio Cesar Guimarães.
Assim, a renda mínima nominal e necessária, estimada pela Empresa Júnior da Faculdade Doctum de Vitória, seria suficiente para assegurar os direitos previstos na Constituição Federal, como as necessidades mínimas do trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer etc.
A metodologia da pesquisa tomou como base de cálculo o preço da cesta básica comercializada em 30 estabelecimentos de grandes redes de supermercados da Região Metropolitana da Grande Vitória no início do mês de junho. O valor médio calculado foi de R$ 394,85 para o gasto de alimentação de um adulto capixaba. Cabe ressaltar que foram pesquisados os produtos com marcas mais baratas nos estabelecimentos da amostra selecionada. A família padrão considerada para o cálculo é composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem como 1 adulto, ou seja, cada adulto corresponde ao fator “1” e cada criança ao fator “0,5”, desse modo, o fator multiplicador da família padrão a ser utilizado na fórmula de cálculo da renda mínima ideal seria “3”.
Foi utilizado o custo da Cesta Básica Capixaba pesquisada pela Empresa Júnior da Faculdade Doctum de Vitória na primeira quinzena de junho de 2016, e multiplicou-se pelo fator “3”, assim obteve-se o gasto alimentar mínimo para uma família padrão capixaba, chegando ao valor de R$ 1.184,54, ou seja, o valor da cesta básica capixaba de R$ 394,85 multiplicado pelo fator “3”.
A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) utilizada neste Relatório de Pesquisa foi a realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no município de São Paulo, no entanto, corresponde ao Estrato 1 do Índice de Custo de Vida (ICV) naquele município em maio de 2016.
Comparando-se o custo familiar da alimentação com a parcela orçamentária das famílias de baixa renda (40,7326%), pode-se inferir o orçamento total, capaz de suprir também, as demais despesas como habitação, vestuário, transporte, saúde, educação, recreação etc. Desse modo, a fórmula utilizada para se estimar a renda mínima ideal foi dividir o gasto mínimo de alimentação familiar capixaba com dois adultos e duas crianças (R$ 1.184,54) pelo fator de alimentação correspondente (0,407326), ou seja, R$1.184,54 / 0,407326 = R$ 2.908,09.
Cabe destacar que o salário mínimo ideal mais recente estimado pelo Dieese foi de R$ 3.777,93, ou seja, aquele órgão considera para esta estimativa de salário mínimo ideal o custo da cesta básica mais cara do país, que é do município de São Paulo (R$ 449,70). Além disso, a metodologia utilizada considera a ponderação de 0,3571 na participação relativa ao gasto com alimentação equivalente ao Estrato 1 da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) dos anos 1994/95 do ICV/Dieese.
Confira a matéria no jornal Gazeta Online.